Numa análise comparativa, o corpo mental e o
corpo físico são dois continentes grandes e muito fortes. No meio passa um rio,
o corpo emocional. E você tenta do físico chegar ao mental.
O que permite a travessia entre as duas dimensões, através desse rio, é uma
ponte muito velha e quebradiça.
Seu destino é o mental e, numa etapa posterior, o espiritual.
Atravessar essa ponte, entretanto, é
assumir todos os riscos.
Ficar no físico não tem como, porque ele se desgasta, fica velho e se consome.
Você é impulsionado a ir para o mental, a atravessar a ponte.
Quando se consegue chegar ao mental, há muitos riscos.
No passado, você conhecia todos os animais, porque era físico, sabia-se dos
riscos: o leão podia comê-lo e a cobra picá-lo.
Porém, no mental, não se conhece os riscos: são maiores, porque os inimigos não
são visíveis, são impalpáveis, plasmados pelos sentimentos dos que ficaram.
Geralmente, sentimentos de ciúme, raiva e inveja de você.
Emocionalmente, estamos todos doentes de inveja, ciúme, egoísmo, ódio,
exibicionismo, depressão.
É preciso superar essas doenças, porém é um trabalho físico.
Pode-se ficar muito tempo conversando sobre o problema pessoal de alguém, mas
não vai resolver nada. A pessoa se vê, mas se ela não quiser ou se não fizer
alguma coisa, não vai se curar.
Se não fizer algo por si mesmo, pelas crianças e pela sociedade, não vai se
curar.
Quando se abre a consciência para o trabalho, na tentativa de ajudar o outro,
você está sendo ajudado; é o aprendizado do equilíbrio.
Texto extraído do livro: Sentidos.