domingo, 28 de outubro de 2012

PRAZER












Amar a Deus é ser grato e, simplesmente, amar tudo que cause prazer. Beber água, falar com alguém, comer, causam prazer, e isso é amar a Deus.

Tudo que é prazeroso, leva à liberdade e à felicidade. Os sentidos existem para que você possa ter prazer.

Ser feliz pressupõe ser livre do orgulho, da inveja, do ciúme. É necessário se libertar dessas mazelas.

Algo acontece quando você felicita alguém por estar feliz: você também fica feliz. Esse sentir não é material e depende do estado de consciência. Exemplificando: a água é material, mas a sede é subjetiva.

O que é material, como a casa e o carro, desgasta-se. O sentir, expresso através da fala, não se apaga, não se desgasta, fica registrado para a eternidade.

Texto extraído do livro: Sentidos.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

AJUDE SEM CRITICAR




Se você acredita que errar é humano, está enganado. E se errar não é humano, então para que serve o erro? Para você aprender, para se conhecer e para quem está do seu lado e já sabe, alcançar não criticar; alcançar a sublimação, a paciência de agüentar aquele que ainda não sabe.

Então você erra duas vezes: porque não sabe e porque quando sabe, não deixa de criticar quem ainda não aprendeu. Isto lhe remete à condição em que você se encontra hoje, de defesa, de precaução para com o futuro e sem viver o presente.

Nesse estado a âncora de proteção é o intelectual, ou melhor, é o saber para se proteger de tudo e de todos, porque você acaba recebendo a crítica daquilo que criticou. É uma Lei, uma energia. Você se repousa no seu intelecto e esquece a inteligência que norteia tudo isso: a inteligência emocional. Emoção é sentir e você faz de tudo para resistir, mas a vida faz tudo para lhe conduzir ao sentir.

Então você vive no corpo mental, prisioneiro de suas próprias idéias, criando formas-pensamentos, sempre imaginando um mundo maravilhoso, sem problemas, mas na prática, o que você vive, é exatamente o contrário.

E será assim, até que você pegue esse “limão”, que é a sua vida e faça dele uma limonada. Quando isso acontecer, você vai descobrir o quanto é gostoso! E vai descobrir seu corpo de emoção, o seu sentir.

Você descobre que ser paciente e tolerante com aquilo que você já sabe é fácil, é só acrescentar o seu conhecimento. Você é muito cuidadoso com o que acha e com aquilo que o outro acha, mas não se preocupa nem um pouco com o que você sente. E assim o que lhe resta é a experiência do sofrimento.

Você acaba estabelecendo uma guerra entre o pensar e o sentir, e o seu corpo perece, sempre lhe ensinando o certo e o errado. O que deve ser feito não repousa no que você pensa, e sim no que você sente. O seu corpo é a sua bússola que lhe orienta ao caminho da evolução, cada um de acordo com sua natureza.

Seja livre para exercer a sua vontade de fazer o que quiser com plena e absoluta liberdade, pois você foi criado assim.

Todo sofrimento é desnecessário, mas é o que lhe conduz para aquilo que a mãe-natureza acha certo e não o que o outro acha, porque ninguém lhe impõe sofrimento, é você que se submete a ele.

Assim como os animais, que diante do sofrimento correm, você faz o mesmo, pois também está num processo de fuga, mas você precisa viver. E se você quer ajudar o outro, não contribua para o sofrimento dele. Seja paciente e tolerante; se ele tropeçar, não critique, e lembre-se de como foi difícil para você quando ainda não sabia.

Afinal, você não nasceu sabendo, então transforme suas experiências em algo muito importante, senão para os outros, pelo menos para você.

Texto extraído do livro Elementos.

domingo, 14 de outubro de 2012

OS SENTIDOS













Como pedir para um ser humano se encantar com os seus sentidos? Se encantar com o recurso do sentir?

Os sentidos atestam a vida. São a primeira coisa a ser testada ao nascer e a última ao morrer.

Então, o que se busca experimentar no universo psicótico é exatamente a manifestação dos sentidos; os mesmos testados quando você chegou ao mundo e que o acompanham ao longo da vida, mas que estão adormecidos e a droga é capaz de despertar.

Alcançar esses encantos é descobrir a felicidade. Ao se encantar pelos seus sentidos, você descobre os dons, com os quais já nasceu. Falar é um dom. Unindo sentidos e dons, desenvolvem-se as virtudes: discernir, compreender, tolerar, ser paciente. Trabalhar com sentidos, dons e virtudes o transforma numa pessoa talentosa. O talentoso colhe os bons frutos por seu esforço pessoal. De posse de tudo isso, será possível alcançar o amor incondicional.

Uma definição simples de amor incondicional é aceitar a vida como ela é e as coisas como elas são.

Mas se isso for demais para você alcançar, restrinja se à convivência. Conviva bem com as pessoas que a Mãe Natureza colocou no seu caminho. Essa é a solução proposta para a melhora humana e não possui qualquer caráter religioso, tampouco se trata de um discurso novo. É apenas o que a Mãe Natureza lhe trouxe para que pudesse se tornar um ser humano;para que pudesse sair da animalidade original para tornar-se um ser espiritual.

As dificuldades de toda natureza servem para que possa evoluir, mas você insiste em não enfrentar e, assim, permanece distante de si, com o sentir adormecido.

A droga assumiu um caráter recreativo e tornou se a manutenção de toda espécie de diversão. Através dela a pessoa experimenta um prazer que sozinha não consegue sentir porque se esqueceu de que os cinco sentidos são uma fonte de prazer permanente e inesgotável.

Texto extraído do livro Drogas: da dependência à liberdade consciente

domingo, 7 de outubro de 2012

ENFRENTAMENTO













Aprender a conviver é o grande desafio dessa experiência terrena. É a maior prova que um ser humano pode enfrentar. Ainda que as pessoas, com as quais você conviva, sejam detestáveis, esteja certo de que não são seus inimigos mortais.

No campo da convivência, a Mãe Natureza não lhe apresenta seus inimigos. As pessoas que o incomodam estão apenas denunciando você. Seus pais, irmãos, marido e filhos apenas refletem seus próprios erros e são, na maioria das vezes, ancestrais comuns no mesmo processo evolutivo em que você se encontra.

Seus verdadeiros inimigos, você os encontrará em outra dimensão, de igual para igual, recordando-se claramente de todas as diferenças.

Então, reencarnar é tirar-lhe do sofrimento; é tirar-lhe a lembrança dos sucessivos erros cometidos e devolver-lhe a oportunidade do acerto, sustentado no amor.

Mas você, ignorante de si, busca estados alterados de consciência para fugir de problemas, fugir da convivência, fugir do enfrentamento, acreditando que o prazer preencherá o vazio que levou muito tempo para se formar.

O quadro de alucinação, na vala que se forma através da ciência negando o espírito, cria um ser humano que busca experiências nos estados psicóticos.

Um quadro que proporciona o acesso dos verdadeiros inimigos mortais aos que estão encarnados, que acabam conduzidos pelo livre-arbítrio para essa experiência para pagar suas dívidas.

Então, a ideia do demônio tem fundamento porque o remete para um quadro de profundo sofrimento que você já conhece.

No fundo, você é capaz de mensurar a dor do acerto de contas e sabe que o encontro não será nada fácil, mas prefere transferir para o momento presente essa tensão e faz de tudo para fugir dela.

Você inverteu a ordem dos acertos de conta e passou a se comportar como se as pessoas com as quais convive fossem esses inimigos. Mas com os que estão encarnados, a relação é de amor.

Se hoje você “coleciona” desafetos vivos e sente que as pessoas o provocam, reconheça que cada uma dessas relações começou de uma maneira muito doce.

O início da amizade, do romance ou da relação de trabalho foi mágico. Se fosse trágico, você não teria se permitido à relação e, assim, hoje não haveria contrariedades.

Então, a inversão de papéis é um equívoco. Na convivência está o amor e nos estados alterados de consciência está o encontro marcado com seus inimigos mortais.

Eles entram pela porta que você abre ao se alucinar. Do amor que é proteção você foge por não suportar o seu próprio reflexo. Mas acaba nos “braços” de quem quer o “seu sangue”; quer o acerto de contas.

A Mãe Natureza lhe concedeu o livre-arbítrio e respeita as suas escolhas. Então, os que estão próximos foram trazidos para que você pudesse aprender através da convivência.

Eles são apenas o reflexo daquilo que você não quer mais para si. Mas se isso o incomoda a ponto de viver em crise, que tal ter um encontro com seus verdadeiros inimigos?

São os estados alterados de consciência que o conduzem a esse encontro porque são buracos da alma.

O que lhe resta a partir desta informação é aguentar, tolerar e suportar porque brigar com o outro é brigar consigo mesmo.

Mas esteja certo de que é melhor brigar com quem o ama e com quem você goza de perdão porque se for um inimigo mortal, você cairá na vala de uma guerra silenciosa e não declarada que culmina na morte estúpida.

O conhecimento científico, a caminhada até esse momento da história da humanidade desenvolveu plenamente a sua mente, mas não lhe trouxe consciência sobre sua existência espiritual.

Mas o espiritual é uma verdade e a Mãe Natureza continua a mágica da vida, em nada importando para a condução do Universo o que você acha ou pensa.

Acreditar no intercâmbio entre as dimensões não deve servir para torná-lo prisioneiro, culpado ou temeroso.

A contribuição é a consciência a ser alcançada, a lucidez necessária para tomar suas decisões, é a suprema compreensão de si mesmo.

Texto Extraído do livro - Drogas: da dependência à liberdade consciente.