domingo, 27 de julho de 2014

MÃE TERRA



Aproxima-se do Pai aquele que se ajoelha e se curva diante da Grande Mãe, a Terra. Ajoelhar-se e curvar-se sobre a terra é um ato de reverência, de profundo respeito às coisas sagradas. Uma boa colheita deve ser precedida de um plantio consciente.

Quando os colonizadores chegaram ao Brasil, por aqui encontraram uma população nativa, os índios. No processo de desenvolvimento econômico, o país utilizou-se, em larga escala, da mão-de-obra escrava dos negros. Os índios foram exterminados e os negros explorados. Ambos trabalhavam na terra, ajoelhavam-se e curvavam-se sobre a Grande Mãe Terra e aproximaram-se por muito tempo do Pai, do divino, na medida em que cultivavam o solo sagrado. 

Os índios desenvolveram uma íntima relação com as coisas da natureza. Sabiam sobre as ervas, eram curadores. Recebiam dos deuses sagrados a proteção, a intuição. Tinham sabedoria.

Os negros, judiados e explorados, trabalhavam cantando. Cuidaram do solo sagrado independentemente do que estava por vir. Dignos, elevaram-se.

Com a alforria, a fim de que alcançassem o sustento mínimo necessário à nova vida que recebiam, merecedores seriam de parte das terras nas quais trabalharam incansavelmente por anos a fio, o que nunca ocorreu. A Lei Áurea, herdada da “nova Europa industrializada”, pôs fim à escravatura, mas gerou profunda revolta nos donos dos escravos, que inconformados, exigiram que os negros fossem excluídos, abandonados à própria sorte e que jamais 
recebessem qualquer palmo de terra. 

Assim foi feito. Toda a terra a ser cultivada no Brasil foi entregue aos imigrantes italianos, portugueses, espanhóis, japoneses, letos, austríacos, que aqui chegaram fugindo da guerra. Somos, portanto, herdeiros dessas terras, pois esses 
imigrantes são nossos avós, bisavós, enfim, nossos ancestrais.

Instalou-se, naquele momento da história, uma incontestável dívida. Aqueles que faziam jus ao solo sagrado, os negros, foram impedidos de continuar a sua lida.

Indo mais além, é possível observar que esta dívida é ainda maior. Antes mesmo dos negros e dos índios, antes que se iniciasse a domesticação das culturas, tudo já existia. O que temos hoje, em forma de horta, nos primórdios colhia-se na mata. É quase inconcebível imaginar que alface crescia em meio a tantas plantas e árvores e que somente passou a ser 
cultivada em canteiros a partir da observação do seu comportamento. Mas é fato que tudo estava pronto para receber o homem; qualquer homem, de qualquer parte do planeta. De forma equânime, a Mãe Terra se doou aos seus filhos.

Se hoje necessário se faz falar em resgate ao invés de preservação, para os indivíduos conscientes deveria ser motivo de desonra. A riqueza que nos foi dada transformou-se na nossa maior pobreza: a pobreza espiritual de não enxergar, de não agradecer permanentemente, de não cultivar o alimento hoje para consumi-lo depois de um ciclo.

Se nossa vida dependesse daquilo que plantamos, fatalmente não estaríamos vivos. Planta-se alface hoje para consumi-la após quarenta dias, em média. Sempre foi assim. Ora, quem cuidou, portanto, de você todo esse tempo? Ainda que trabalhe e compre seu alimento 
no supermercado, não foi você quem plantou. Mas e quando a vida dependia exclusivamente do plantar e colher? E quando nem ao menos se sabia da existência de técnicas de plantio e colheita, lá nos primórdios? Era preciso sair em busca de frutas e alimentos encontrados na mata.

O que está domesticado em forma de horticultura, fruticultura e olericultura não é uma invenção do homem. Ele apenas aprendeu a observar e a reproduzir. Antes dele tudo já estava criado, porque alguém se antecipou; alguém proveu e continua provendo. Esse alguém é a Grande Mãe Terra. 

Não compreender essa relação com a natureza, com o divino, reflete uma inconsciência típica das crianças. Mas pelas crianças sempre há quem faça! Esse é justamente o ponto: somos verdadeiras crianças sendo permanentemente cuidadas não por nossas mães biológicas, mas pela Mãe Natureza, sem sabermos o quanto tudo é caro.

Entender o plantio e a colheita num aspecto mais sublime, para lhe ser útil em termos de saúde, requer uma consciência que o leva a um aprimoramento moral. Há que se resgatar a terra para que a dívida seja paga; a dívida com o amor.

Texto extraído do livro: Revelações 4.



domingo, 20 de julho de 2014

LIBERDADE




Você já é sabedor que está prisioneiro neste corpo, e que não há nada que se possa fazer fora dele. 
O que fazem os presos da cadeia para se libertarem?

O veredicto é de vinte anos, mas têm  alguns recursos como trabalho assistencial, disciplina, que reduzem a pena.

Um outro jeito de se libertar é fugindo. E para fugir se cava um buraco, tenta subornar o carcereiro ou sequestrar alguém.

Da mesma forma, para você alcançar a liberdade pode ser altruísta, ter bom comportamento, prestar algum serviço para a sociedade.

Entretanto, para alcançar a liberdade, você sequestrou alguém.

Você sequestrou seu marido ou sua esposa, seu filho.

Esses personagens, depois de você, têm a obrigação de amá-lo.

Os seus filhos têm que reconhecer o que você fez e faz por eles.

Quando a relação com seu esposo não dá certo, você se separa e foge. 

Quando você conclui que aquele o qual sequestrou não lhe deu a liberdade desejada, você não apenas o abandona, mas penaliza-o por não ter lhe obedecido.


Essas informações que estabelecem consciência, colocadas em prática, o conduzem a ser altruísta e alcançar a liberdade.

Texto extraído do livro: Dons.


domingo, 13 de julho de 2014

A IMPORTÂNCIA DA MENTE




Observe como você acredita em sua mente: quando você está ouvindo, parece que nunca vai se esquecer, mas momentos depois, esqueceu.

Quando você ouve está preso a uma abertura mental muito rica para racionalizar, comparar, querer entender e achar o que é certo ou errado quando na verdade, só fica gravado o que você sente.

Não é um sentir emotivo, baseado no arrependimento, no choro ou no ressentimento; é o sentir sutil de estar bem. Querer estar bem, registra. A mente, embora tenha a presença do mundo no instante em que você ouve, compreendendo o que você for capaz de imaginar, ela é temporária e só chega primeiro diante das informações. De posse dessa conexão, através dos sentidos, sedimentada nos elementos, você precisa reprocessar para um melhor aproveitamento. A noite é oferecida para isso, mas a maioria das pessoas dorme e a mãe-natureza acaba fazendo esse trabalho através dos sonhos e muitos deles são pesadelos. Você poderia utilizar a mente para se orientar.

O processo de autocura e auto-ajuda é uma oportunidade ímpar de cada um ficar diante de si mesmo. Os conhecimentos da autocura são elaborados de maneira a conduzi-lo num primeiro instante no recomeçar. Em seguida desprender-se daquilo que a mente lhe dá segurança e finalmente, nascer de si mesmo já compreendendo alguma coisa à sua volta. Você sai do processo de culpa e passa a compreender seus pais e todos à sua volta.  Você é como um ciclo da natureza.

A caridade, passa a fazer parte de você. Se você conquistou um trabalho profissional em uma empresa, a recompensa é o seu salário. Agora se na prática da caridade de alguma forma, alguém lhe agradecer ou reconhecer o feito, deixou de ser caridade. Mas, se alguém, na inconsciência de si mesmo, vir em você a presença de Deus e não podendo lhe pagar, lhe dizer simplesmente: “- Que Deus lhe pague”. Neste momento é possível que você possa descortinar algo do seu sentir, que é a grandeza da recompensa da caridade do céu.

A caridade é acima de tudo o arrebatar do espírito do mundo terreno já compreendendo que o outro é igual.

São Francisco foi feliz quando disse: “É dando que se recebe”.

A caridade é uma oportunidade para que você possa libertar-se, não do sofrimento e nem dos pecados, mas das provas absolutamente desnecessárias, porque a disciplina diante da vida serve para não ser necessária a prova da experiência. E você alcança a felicidade, que é como a vida: permanente, duradoura e eterna.

O desprendimento e a superação do egoísmo se dá numa atitude de consciência e não de querer ser reconhecido. No entanto, nada impede que de posse de seu livre arbítrio você primeiro trace um caminho de sofrimento e de experiência para depois reconhecer tudo isso.

Converse um pouco com a sua mente.

09/07/2006 – 7º dia lua Crescente


 Texto extraído do livro: Elementos.


domingo, 6 de julho de 2014

FAZER A SUA PARTE




Pensar é uma manifestação do seu espírito.

Nem mesmo dormindo, você consegue parar de se manifestar espiritualmente.

Quando você era criança não pensava em nada de mal, só pensava no que lhe trazia prazer. Por exemplo, se iriam levá-lo ao parque de diversões.

Entretanto, hoje, a sua mente manifesta um universo em que todo mundo tem obrigação de lhe servir.

Você já não pensa mais para você; pensa para manipular o outro. Os seus interesses não são mais os mesmos da infância na busca do prazer.

Seus interesses, revelados em seus pensamentos, urgem em garantias materiais, que resultam numa experiência com sofrimentos de toda natureza. É a sustentação da vida presente e material.

Lembre-se: o seu corpo físico oferece possibilidades para você extrair todos os benefícios dele. Como resultante, a mente acalma, e você fica dono da situação.

Porém, se você está interessado em continuar a manipular, terá como resultado um profundo desgaste do físico.

Você só alcança o mundo espiritual se fizer algo por você. Se alguém se ocupou em pedir para Deus, é uma grande ilusão.

Porque não há nada que Ele possa fazer por você que já não tenha feito. Agora é a sua vez. É momento de você fazer sua parte. 


Deus oferece condições e desafios.

Texto extraído do livro: Dons.