Ainda que os motivos sejam de profunda alegria e
satisfação, quando vamos celebrar, não nos sentimos merecedores, diante de
tantos miseráveis. Não dá para puxar o cobertor sem lembrar dos que não têm
onde dormir.
Podemos pensar que cada um tem o que merece. Isso é fato. Mas se cada um, na sua grandeza, puder fazer alguma coisa, melhor.
O problema é que nós reclamamos muito da nossa pobreza material, porque não temos tudo que o mercado oferece.
Para não nos sentirmos miseráveis, devemos fazer um inventário do que temos.
Devemos olhar para a fruteira e anotar quantas frutas há.
Abrir a geladeira e contar quantos potes de manteiga, requeijão... Ir à despensa e anotar quanto tem de arroz e feijão. Ir até o guarda-roupa e contar as blusas. Se tivermos tempo, contar quantos carros temos.
Se não há carro, se a roupa não é o bastante, se a geladeira não está como queríamos, estejamos certos de que é muito mais do que precisamos.
Esta é uma tomada de consciência. É para valorizarmos o que temos.
O que a vida nos oferece, ofusca. É um festival de consumo. Tudo ficou ao nosso alcance.
E, às vezes, adquirimos sofrimentos, dores e doenças, por não podermos ter aquilo que vemos, sem ter reconhecimento pelo que já temos.
Texto Extraído do livro: Sentidos.
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