domingo, 7 de julho de 2013

INVENTÁRIO


Ainda que os motivos sejam de profunda alegria e satisfação, quando vamos celebrar, não nos sentimos merecedores, diante de tantos miseráveis. Não dá para puxar o cobertor sem lembrar dos que não têm onde dormir.

Podemos pensar que cada um tem o que merece. Isso é fato. Mas se cada um, na sua grandeza, puder fazer alguma coisa, melhor.

O problema é que nós reclamamos muito da nossa pobreza material, porque não temos tudo que o mercado oferece.

Para não nos sentirmos miseráveis, devemos fazer um inventário do que temos.

Devemos olhar para a fruteira e anotar quantas frutas há.

Abrir a geladeira e contar quantos potes de manteiga, requeijão... Ir à despensa e anotar quanto tem de arroz e feijão. Ir até o guarda-roupa e contar as blusas. Se tivermos tempo, contar quantos carros temos.

Se não há carro, se a roupa não é o bastante, se a geladeira não está como queríamos, estejamos certos de que é muito mais do que precisamos.

Esta é uma tomada de consciência. É para valorizarmos o que temos.

O que a vida nos oferece, ofusca. É um festival de consumo. Tudo ficou ao nosso alcance.

E, às vezes, adquirimos sofrimentos, dores e doenças, por não podermos ter aquilo que vemos,  sem ter reconhecimento pelo que já temos.

Texto Extraído do livro: Sentidos.


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