domingo, 23 de setembro de 2012
ÁGUA
A água é tão fluídica que onde for colocada, ocupará todos os espaços, sempre buscando o nível.
Quando ela se nivela, encontra um ponto de equilíbrio.
A água, mesmo sendo tão mansa, vence a rocha, porque tem a certeza da eternidade a seu favor. É leve, tem ondas e ritmos. Ela preenche, respeitando todas as leis naturais. Às vezes, é furiosa, forte e poderosa; só é assim, quando encontra desníveis e precipitações.
Quando acha um ribeirão, nivela-se e tudo respeita. Mas, quando se encontra diante de um precipício, varre tudo com toda a sua força. Quando faz isso, carrega consigo todas as sujeiras, procurando sempre o equilíbrio entre o alto e o baixo.
Setenta por cento do seu corpo físico é água: ele traz consigo, portanto, essa necessidade de nível, de equilíbrio.
Quando você passa por um precipício, quer se livrar logo. Isso porque você é água, é natural.
Como também é natural a água descer. A descida traz impurezas, só que a água sabe decantar, purificar. Quanto mais quieta fica, mais a impureza desce, tapando as fendas.
Quanto mais agitado e turbulento, mais sujo é o rio.
É preciso encontrar um remanso e esperar todas as partículas se decantarem.
Porém, quando você se lembra dos caminhos por onde circulou, a água se turva novamente. Às vezes, a turbulência é tanta que o obriga a parar. Quando se está muito acelerado, pára-se por bem ou por mal. É quando acontecem os acidentes.
Quando você está em seu nível, é muito difícil acontecer algum acidente. É quando, de fato, alcança-se a auto-ajuda. Você se torna fonte.
Texto extraído do livro: Sentidos.
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