A paixão é como atear fogo a um monte de palha. O
abrasar é de um calor intenso, mas que se chama fogo de palha. Tem a
mesma intensidade do fogo do amor, mas é muito mais efêmero, explosivo, forte.
Na paixão, a
pessoa fica com os sentidos obscuros; a mente deixa de ser crítica. A pessoa
busca todas as forças e justificativas para alcançar o que é apaixonante. Todo
sacrifício e dificuldade são superados. Todas as forças se somarão nesse
objetivo: a defesa, o alcance, a superação daquilo ou daquele pelo qual se apaixonou.
Na maioria das vezes, é para lançar a um momento de êxtase, onde o amor é exatamente o que sobra disso.
Quando aquele fogo de palha e todas as satisfações terminarem, e ainda sobrar uma centelha, e o fogo se reerguer, é o amor. Nasce tal qual a Fênix, das cinzas quentes da paixão.
O amor nasce da resistência. Não há ninguém, sendo parceiro do amor, que não esteja a cuidar de si mesmo ou do outro.
O amor é a compreensão da liberdade.
Paixão prende, causa dependência. O amor liberta. São duas forças poderosíssimas: uma de natureza humana, outra de natureza espiritual.
Quando se começa uma relação, quantas situações apaixonantes, quantos discursos que parecem ser o amor. Porém, este se sustenta na superação, na dificuldade de aguentar e resistir, numa consciência divina.
O amor tem uma resposta material muito maior do que a paixão. Enriquece, enobrece e dá força espiritual.
Pode-se dizer que Cristo amou, pois deu a sua vida. E não existe prova maior de amor, do que dar a vida pelo irmão.
Texto extraído do livro: Sentidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário