domingo, 1 de setembro de 2013

PAIXÃO E AMOR



A paixão é como atear fogo a um monte de palha. O abrasar é de um calor intenso, mas que se chama fogo de palha. Tem a mesma intensidade do fogo do amor, mas é muito mais efêmero, explosivo, forte.

Na paixão, a pessoa fica com os sentidos obscuros; a mente deixa de ser crítica. A pessoa busca todas as forças e justificativas para alcançar o que é apaixonante. Todo sacrifício e dificuldade são superados. Todas as forças se somarão nesse objetivo: a defesa, o alcance, a superação daquilo ou daquele pelo qual se apaixonou.

Na maioria das vezes, é para lançar a um momento de êxtase, onde o amor é exatamente o que sobra disso.

Quando aquele fogo de palha e todas as satisfações terminarem, e ainda sobrar uma centelha, e o fogo se reerguer, é o amor. Nasce tal qual a Fênix, das cinzas quentes da paixão.

O amor nasce da resistência. Não há ninguém, sendo parceiro do amor, que não esteja a cuidar de si mesmo ou do outro.

O amor é a compreensão da liberdade.

Paixão prende, causa dependência. O amor liberta. São duas forças poderosíssimas: uma de natureza humana, outra de natureza espiritual.

Quando se começa uma relação, quantas situações apaixonantes, quantos discursos que parecem ser o amor. Porém, este se sustenta na superação, na dificuldade de aguentar e resistir, numa consciência divina.

O amor tem uma resposta material muito maior do que a paixão. Enriquece, enobrece e dá força espiritual.


Pode-se dizer que Cristo amou, pois deu a sua vida. E não existe prova maior de amor, do que dar a vida pelo irmão.             

Texto extraído do livro: Sentidos.

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