domingo, 1 de dezembro de 2013

OBSERVAR O AR



O ser humano, geralmente, vivencia situações desagradáveis. Há momentos onde parece que tudo fica escuro e se mostra muito difícil. Você não sabe porque, mas isso lhe envolve sob todos os aspectos: mental, emocional e físico.

Esses sentimentos parecem que lhe atravessam como se fossem uma lança. É preciso se esforçar, de um segundo para o outro, para estar bem, mas é difícil conseguir. A sensação é de impotência. Não adianta falar porque ninguém irá entender. Não é orgulho, dá a impressão de que o outro espera de você total equilíbrio, mas você não corresponde a esta expectativa.

Isso acontece normalmente no dia-a-dia e não é uma crise provocada por um estado alterado de consciência.

Há muitas pessoas, que diante dessa situação se entregam aos vícios de toda natureza. Não é um estado de depressão ou angústia, nem um acontecimento que lhe dá motivos para esse sentimento. É algo do Eu, um estado do Ser.

É claro, se você não conseguir administrar, pode se transformar no futuro, num problema mais sério. Mas para esses pequenos problemas que vão se somando, nesses altos e baixos, a única saída é observar a natureza a sua volta. Observe o vento; de que lado está vindo, qual a sua intensidade, se está balançando as folhas... Isso acalma, lhe absorve.

Não adianta criar um pensamento contrário como “não quero pensar nisso”.

Ainda que saiba de tudo, do maravilhoso que existe e tendo todas as referências da natureza, você não consegue o equilíbrio desejado.

Isso também acontece com aqueles que se predispõem à prática da caridade, é natural para sua melhora, para sua evolução. Essa dificuldade não é só do ser humano. Os animais também se deparam com os mesmos problemas, e muito mais. Quando você observa os reinos anteriores, de uma maneira diferente, estão também nessa luta, no mesmo trabalho de resistência.

Uma planta com a falta de água não consegue se mover até o lago, é preciso aguentar o sol quente. Há períodos em que tudo é seco, sem chuva. Alguns animais migram, buscando água, mas para os vegetais isso é impossível.

Já o ser humano lamenta, grita, pede ajuda. Mas a palavra de ordem é: Quanto você suporta? Quanto você é capaz de agu
entar?

Do contrário, você foge e procura uma vida que lhe polpa de problemas, busca algo que o leve a um estado alterado de consciência, ao vício; e parece estar resolvido o problema por alguns momentos.


Lembre-se do ar ou do vento, sempre presentes. Quando não houver vento para observar, ouça sua respiração, isso também ajuda.

Texto extraído do livro: Equilíbrio.





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